segunda-feira, 20 de julho de 2009

Voltas que a vida dá

Faz tempo que não apareço por aqui. Já estava morrendo de saudades. Mas nem tudo na vida é só alegria e festa.
Meu emprego novo me fez muito bem até certo ponto. Estava gordinha, insatisfeita comigo mesma e acabei procurano caminhos que não conhecia bem. Trabalho em um Centro Médico, e tenho certas facilidades para consultas e remédios. Numa dessas que estou passando por um pedaço complicado...
Há algum tempo atrás comecei com uns pânicos bobos, coisas que só davam de vez em quando e foram ficando mais frequente. Tudo ia bem, até que resolvi que tinha que emagrecer para ficar bonita. Pronto, estava resolvido e fui em um médico Ortomolecular. Fiz uma consulta-entrevista e ele passou a fórmula potente para perder todos os quilos indesejados. Mas, por trás de tudo existe um lado que ninguém espera: o nosso organismo. Cada ser tem o seu e é diferente quanto as reações.
Me apertei toda e amndei fazer as fórmulas milagrosas. Daí em diante começaram alguns problemas dos quais não contava. Entrei em depressão, não comia e nem queria ver nem falar com ninguém. Ia trabalhar obrigada e ficava o máximo possível quieta para que ninguém me percebesse. E cada dia mais tomava mais e mais remédios, comia menos e minha cabeça piorava. Chorei muito, larguei de lado minha casa e meus filhos. Só não perdi omarido porque ele persistiu muito ao meu lado. Parei de dirigir, quase não ando mais sozinha, sinto uma solidão sem fim e um pânico que aparece do nada e fico gelada e pálida. Não recomendo isso à ninguém.
Diante de tantas reações fui pesquisar sobre o que estava ingerindo para saber o que fazer. Quase cai dura quando descobri que são pelo menos três tipos de anfetaminas associadas a ansiolíticos e outros mais compostos para meu corpo aguentar.
Emagreci rápido, minhas roupas já cabem todas em mim, porém o vazio que sinto não acaba. Tive que procurar ajuda especializada de um psicólogo, que por sinal me ajuda muito, e é como uma mãe pra mim. E aos poucos vou retomando o curso da vida, só que agora, não sei mais quem sou. Não me reconheço no espelho, nas fotos, nas coisas que gostava. Mudei muito sem sentir e não sei nem pra onde.
Estou escrevendo minha experiência para que ninguém siga meu exemplo e vá por caminhos que não conhecemos e às vezes a volta demora. Agora terei que ir diminuindo a medicação gradativamente e esperar que meu organismo reaja bem. Agor é só esperar e torcer.

Bjs à todos...
Déia